O passar dos anos muda-nos, não só a forma como pensamos e vemos o mundo, mas também fisicamente. Envelhecer é um privilégio, mas o objetivo é que seja com saúde. É inegável que o nosso corpo se altera, sendo necessário que nos adaptemos. As quedas são uma das principais causas de incapacidade e mortalidade nas idades mais avançadas, devido a fraturas, traumatismos cerebrais, feridas e lesões musculares. A sua prevenção é, por isso, essencial, incluindo-se num processo designado «Envelhecimento Ativo», que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida das pessoas que envelhecem.
Então, porque são quedas mais frequentes? As pessoas mais velhas são mais frágeis. A sua constituição corporal altera-se (perda de massa muscular, alteração da postura) tal como os seus reflexos e sentidos (visão, audição). Estes fatores fazem que o próprio meio, se não adaptado, seja igualmente um fator de risco, como por exemplo, calçado não adequado e chão escorregadio.
Então, como prevenir? As medidas de prevenção são indicadas tanto para a pessoa como para o seu meio ambiente. Em termos pessoais, a pessoa deve manter-se ativa com exercícios de fortalecimento e flexibilidade simples e em ambiente seguro, como exemplificado no «Manual do Cuidador» redigido pela Rede Regional de Cuidados Continuados Integrados, que pode ser acedido via https://biblioteca.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2017/06/Envelh_ativo_manual-cuidador-preven%C3%A7%C3%A3o-quedas.pdf. Deve igualmente ter atenção nas atividades do dia-a-dia, como na mudança de posição (que deve ser feita lentamente) e deve evitar atividades intensas e sob temperaturas extremas. No mesmo manual, também são dados exemplos sobre como o meio da pessoa pode ser adaptado, como o retirar de tapetes, manter a boa iluminação de todas as divisões da casa, ter corrimões e barras de apoio, evitar superfícies escorregadias e adaptar o calçado (utilizar calçado fechado e evitar andar só de meias).
Então, o que fazer em caso de queda? Se não conseguir levantar-se com segurança ou estiver com dores muito intensas deve pedir ajuda. Se tiver telefone portátil ou telemóvel deve tê-lo sempre perto de si, de maneira a pedir ajuda, contactando familiares, o 112, a SNS24 (808242424) ou vizinhos.
Autoras:
Gina Martins
Enfermeira de Família na USF S. Martinho de Pombal, Licenciatura em Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem de Leiria.
Voluntária no Projeto Velhos Amigos desde Julho de 2018.
Helena Barbosa
Médica Interna de Medicina Geral e Familiar na USF S. Martinho de Pombal, Mestrado Integrado na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Voluntária no Projeto Velhos Amigos desde Dezembro de 2020.
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