As Festas do Bodo em Pombal foram uma realidade este ano de 2022 e durante 6 dias trouxeram de volta a habitual animação à cidade.
Estas festas contemplam uma vertente religiosa, cultural e tradicional com
mostras das diferentes freguesias do concelho de Pombal, e um vasto programa de animação com a realização de espetáculos de rua e nos diferentes palcos da cidade (Largo do Arnado, Jardim do Cardal, Praça Marquês de Pombal e Largo da Biblioteca).
A origem das festas é muito remota, e estará associada a uma lenda, assim contada no site do Município de Pombal:
“Conta-nos então a tradição que, uma praga de gafanhotos e lagartas afligiu os pombalenses, invadindo ousadamente as suas habitações, contaminando os alimentos, e até caindo em nuvem dentro dos vasos onde as mulheres levavam a água, obrigando ao uso de um pano para a coar. Esta vexação era tão insuportável que obrigou o povo a ir à Igreja de S. Pedro, então Matriz da Vila, e aí principiarem uma procissão de preces, que acabou na Capela de Nª Sr.ª de Jerusalém. Realizou-se missa cantada, prometendo-se uma festa, se esta os livrasse de tão grande calamidade.”
“A Senhora de Jerusalém rápido atendeu os rogos e súplicas do povo aflito, porque na manhã seguinte já o terrível inimigo tinha evacuado os campos e as searas. Reconhecido o milagre, celebrou-se nova missa solene em ação de graças pelos benefícios recebidos, ajustando-se desde logo as festas para o ano vindouro.”
No ano seguinte, D. Maria Fogaça, Senhora de posses e muito devota, toma por sua conta o total dispêndio da festa religiosa e manda confeccionar dois grandes bolos, que pela sua grandeza, ao serem deitados no forno, um, ficou mal colocado. Um criado da casa, invocando o nome da Sr.ª de Jerusalém, atreveu-se a entrar rapidamente no forno, consertou-o e saiu ileso. Tal facto foi logo encarado pelo povo, como um novo milagre.
A festa com bolo (que se designou por “fogaça”) para o povo, passou a ser realizada todos os anos.
Estará a expressão “Bodo aos pobres” relacionada com as Festas do Bodo? Não sei dizer!
Mas se a origem das Festas do Bodo invoca uma lenda, a venda de Cavacas e Beijinhos tem origem na “história de um amor improvável” entre um português transmontano emigrado no Brasil e uma bela húngara fugida da 1.ª guerra mundial, que aqui se fixaram, rendidos ao encanto de Pombal e à hospitalidade das suas gentes, fazendo a venda do seu fabrico, exatamente nas festas da terra, corria o ano de 1948.
A filha deste casal, D. Helena do Vale, através da sua empresa familiar Confeitaria Vale Ldª, tem mantido a venda de Cavacas e Beijinhos, no mesmo local, durante as Festas do Bodo, até que conheceram a ATLAS e o projecto Velhos Amigos e propuseram-se a ceder-nos o local e a logística para vendermos em exclusivo os Beijinhos e Cavacas de Pombal nas Festas do Bodo.
O local é estrategicamente bom, de boa visibilidade, é um local de passagem, sendo a oportunidade para levarmos a cabo uma simpática angariação de fundos e uma frutuosa divulgação da Associação ATLAS, a sua missão e os seu projectos, mostrando também aos nossos diversos parceiros, incluindo os nossos embaixadores, padrinhos e restaurantes solidários, a nossa gratidão pelo muito que têm ajudado.
Como em qualquer actividade da ATLAS People like us o mais importante são os Voluntários, a nossa maior riqueza, aos quais têm de ser dirigidas as mais sinceras palavras de agradecimento pelo empenho e presença, durante os vários dias das festas. Aos voluntários de Pombal, juntaram-se voluntários e voluntárias coordenadoras de outras cidades, voluntárias da Direcção da ATLAS, num significativo e carinhoso apoio, que ficou no nosso coração.
É minha convicção de que quem participou nestas festas para o ano quererá voltar, ficando desde já o convite para que venham!
Autora:
Ana Paula Cordeiro
Voluntária, Coordenadora do Projeto Velhos Amigos em Pombal
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