A alimentação foi um tema central no mês de Outubro (o Dia Mundial da Alimentação ocorreu a 16/10). Muito tem sido feito para sensibilizar as pessoas para uma alimentação saudável. Agora, acresce outro foco de sensibilização: tornar evidente o impacto dos nossos hábitos de consumo alimentar na Ação Climática, na Proteção da Vida na Terra, na Produção Sustentável e na Erradicação da Fome. Estes são objetivos mundiais, definidos pelas Nações Unidas, para serem alcançados até 2030 (num total de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, https://ods.pt/ ).
Então, de que forma os meus hábitos alimentares podem contribuir para minimizar alterações climáticas? E para a valorização de ecossistemas? E para reduzir a produção de resíduos?
É incrível que, a nível mundial, quase um terço de toda a alimentação produzida, num ano, não é consumida! Para além da consequência mais direta, que é o desperdício alimentar, há muitas outras implicações:
– desperdício de água (por exemplo, no cultivo de legumes que não serão vendidos, porque estão com folhas partidas ou ruídas);
– energia desaproveitada (por exemplo, na fábrica, ao produzir um iogurte que não será consumido, porque já no nosso frigorífico ficou fora de prazo);
– gases nocivos lançados para a atmosfera (por exemplo, emitidos pelo avião que transporta frutas tropicais que não serão compradas, porque chegam ainda verdes ou maduras demais e, no supermercado, acabam por se estragar);
– resíduos que têm de ser tratados e que consistem “apenas” em comida desperdiçada.
É necessário estarmos conscientes das várias etapas da Cadeia de Abastecimento Alimentar e pensarmos nos recursos usados em cada etapa. Só assim, poderemos, de forma ativa:
- Prevenir perdas de alimentos
- Dar preferência à compra de alimentos de produção local
- Comprar frutas e legumes que possam ter aspeto “feio”
- Minimizar o desperdício alimentar:
- Colocar no prato a quantidade suficiente (evitar “ter mais olhos que barriga”) e no restaurante pedir a dose que se consegue comer;
- Fazer aproveitamento das sobras das refeições;
- Comprar quando temos intenção de consumir em vez de “acumular”;
- Estar atento aos prazos de validade.
Há uma parte de responsabilidade individual no que acontece “desde o prado ao prato”. Isso é cuidar da Terra, a partir de casa.
Autora:
Sofia Carruço
Psicóloga e Voluntária na Atlas em Leiria.
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