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Testemunho de uma voluntária, Vanessa Ferreira


O desejo de ser voluntária já despertava em mim há alguns anos, necessitava de voltar a sentir-me útil para a sociedade e a oportunidade de ser voluntária na Atlas surgiu mesmo quando precisava. Queria muito contribuir de forma positiva na vida dos outros, mas não imaginava como esta experiência também impactaria a minha vida. Tem sido um despertar para o que realmente se passa à minha volta. Eu achava que muitas realidades apenas existiam a quilómetros de distância, mas tenho aprendido que muitas vezes estão na “porta ao lado”.

No início tive receio de não estar à altura, mas percebi que, muitas vezes, o mais importante é simplesmente estar lá, estar presente. A cada visita, a cada café, a cada conversa, tenho vindo a descobrir realidades de vida impressionantes que, embora muitas vezes cheias de dor e mágoas, estão carregadas de sabedoria e superação.  Mesmo com muitos motivos para chorarem, os sorrisos e gargalhadas tomam conta dos serões. Tenho aprendido que o simples facto de escutar o que têm para dizer e para contar, de ouvir as histórias do antigamente que ainda deixam mágoas, ou histórias presentes que os entristecem, e mostrar preocupação, dar um sorriso e uma palavra amiga, podem melhorar o dia dos outros de uma forma que não fazemos ideia. Acho que, sentirem-se ouvidos os ajuda a superarem as adversidades que a vida lhes vai colocando, porque percebem que há quem se importe com eles e com o que sentem.

As atividades feitas na própria Atlas têm sido momentos importantíssimos desta jornada. Ver como se divertem e interagem, reflete a importância e o impacto que estes momentos, mesmo que curtos, têm na vida nos nossos “Velhos Amigos”. Muitas vezes, rostos que entram carregados e cansados, saem rejuvenescidos e a esboçar sorrisos. Saio sempre de lá com o coração cheio, mesmo nos dias em que ouvimos histórias difíceis, porque se nos contam é porque já conseguimos ganhar confiança no seu coração. Ser voluntária na Atlas, está a ser uma experiência muito mais enriquecedora do que poderia alguma vez imaginar. É poder dar e receber e, principalmente, tomar consciência das duras realidades da vida e poder ajudar a suavizar essa dureza. Muitas vezes, somos pouco gratos com tudo o que temos, porque não vemos, nem percebemos, que aquilo que muitas vezes não nos chega, seria uma enorme bênção na vida de outras pessoas.

A lição mais valiosa que tenho aprendido, como voluntária, é que podemos transmitir e fazer os nossos “Velhos Amigos” sentirem que, enquanto houver quem se preocupe, ninguém está verdadeiramente sozinho.

Obrigada Patrícia e Sara por esta oportunidade!

Vanessa Ferreira

O que tenho a dizer da Atlas é o convívio com outras pessoas nas mesmas condições que eu e a maneira que os elementos da Atlas nos tratam como se fossemos de família é amor e carinho obrigado do fundo do coração ❤️🙏

Quanto ao serviço de refeições é de louvar o esforço do grupo que está sempre pronto a apoiar nos nas nossas carências, obrigado, bem hajam!

Arlindo Santos

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