Breve reflexão de uma voluntária

O nosso envelhecimento não depende somente da nossa herança genética, mas também do nosso nível de escolaridade, do(s) local(ais) onde vivemos e ainda do “género que nos coube em sorte”.

Ser homem ou ser mulher significa ter papéis diferentes na sociedade, ser educado de forma desigual, ter oportunidades diferentes na vida. E significa também que o processo de envelhecimento no masculino e no feminino são vividos de formas diferentes.

Para identificarmos as disparidades entres homens e mulheres, de modo a nos abrir caminho a uma maior compreensão e consciencialização acerca da igualdade de género, a ATLAS promoveu o “Encontro ao Serão” dedicado ao tema “Questões de Género e o Envelhecimento”, no passado dia 10 de novembro, via ZOOM.

Foi oradora convidada a Professora Doutora Cristina Vieira, licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e docente desta Faculdade desde 1992, sendo ainda Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres.

O apelo geral deixado pela preletora aos voluntários e amigos do ATLAS que participaram neste Encontro ao Serão foi o de que é necessário exercermos o nosso papel enquanto cidadãs e cidadãos, sendo neste sentido que foi elaborada a Estratégia Nacional da Educação para a Cidadania, tendo a Professora Cristina Vieira feito parte do grupo de trabalho.

“Educar os jovens para que possam ser livres nas escolhas que façam”

assim referido pela preletora, não é um desiderato menor da formação das crianças e jovens. Se no futuro queremos adultos e adultas com uma conduta cívica que privilegie a igualdade nas relações interpessoais, a integração da diferença, o respeito pelo outro, é na sala de aula que tem de ser ensinado isto. Neste sentido, apraz ao ATLAS regozijar-se com o seu papel que tem vindo a desenvolver com o MEXE-TE.

Não há nenhuma sociedade no mundo em que a igualdade de género seja completamente conseguida. E, por isso, necessitamos de continuar mobilizados para promover a igualdade de género, mais a mais, num mundo que envelhece. Isto mesmo é referido na Carta de Género e Envelhecimento adotada em 2014, uma iniciativa do Centro Internacional de Longevidade Brasil. Também, a nível europeu, o Instituto Europeu da Igualdade de Género trabalha para que a igualdade de tratamento entre homens e mulheres seja uma realidade do nosso quotidiano.

“Quando a igualdade de géneros é realmente aceite, as aptidões, experiências e recursos de mulheres e homens de todas as idades serão reconhecidos como um património intrínseco de uma sociedade plenamente coesa, enriquecedora, produtiva e sustentável”.

Urge promover a igualdade de género num mundo que envelhece.

Bibliografia:

  • Carta de Género e Envelhecimento do Centro Internacional de Longevidade Brasil
  • Site do Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE)

Irene Constantino

Voluntária da ATLAS – People Like Us